A inspiração é como um raio de sol no Pólo Norte. Por vezes abunda, por vezes não se vislumbra sinal. Por volta dos anos 60, surgiu a Larry Cohen a ideia de realizar um filme cujo único cenário seria uma cabine telefónica. Foram necessários mais de trinta anos para criar um enredo sólido à volta dessa ideia, que culminou em Phone Booth (intitulado em Portugal Cabine Telefónica).
Stu Shepard (Colin Farrell) é um publicitário arrogante e sem escrúpulos. Após um dia de trabalho resolve utilizar uma cabine telefónica para contactar uma jovem actriz (Katie Holmes) sua cliente da qual procura algo mais que uma relação profissional. Ao entrar na cabine é abordado por um indivíduo (Dell Yount) a quem lhe foi paga a entrega de uma pizza naquele local. Stu pede-lhe, de forma bastante rude, que abandone o local. Terminada a chamada, Stu ouve o telefone da cabine a tocar e, de forma automática, atende-o. Do outro lado da linha alguém (Keifer Sutherland) informa Stu que o conhece bastante bem e às suas mentiras. Stu, partindo do princípio que se trata de um gracejo grosseiro, reciproca na sua maneira natural. A voz informa que vai confrontar a mulher de Stu e desliga. Perturbado, Stu espera à beira da cabine até que o telefone volta a tocar. Desta vez a voz informa Stu que o está a ver pela mira telescópica de uma espingarda de alta precisão e que caso não admita à sua mulher as suas tentativas de adultério será abatido. Stu, utilizando a sua especialidade, tenta manipular a voz sem sucesso. Stu é obrigado então a admitir a verdade ou sofrer as consequências.
O enredo é bastante bem estruturado apesar de ter sido desenvolvido à volta de uma ideia tão simples. A voz estava preparado para qualquer situação que Stu considerasse, mas nunca de forma extraordinária, apenas ponderou todos (ou quase todos) os possíveis cenários da situação e preparou-se atempada e meticulosamente.
Algo digno de nota, o personagem principal sofre as cinco fases contempladas no modelo de Kübler-Ross (conhecido popularmente como as cinco fases de luto), o que, no caso de se ter uma espingarda apontada, é bastante natural.
Ainda assim, não é de longe um filme perfeito. Devido à sua curta duração (quem iria permanecer numa cabine telefónica durante duas horas?) foram adicionadas pequenas cenas que não se inserem de forma muito homogénea, como é o caso da narração ao início que trata de nos informar que vivemos numa era tecnologicamente avançada (obrigado pelo aviso). Um dos telefonemas que Stu recebe é suposto ser humoroso, encontrando-se do outro lado da linha um rapper branco com uma voz esganiçada que parece saído de um qualquer filme de adolescentes.
Quanto à voz, apesar de ser um indivíduo de inteligência acima da média e com a missão auto-incumbida de erradicar o mal (ou melhor, a sua versão de mal), entretém-se demasiado a ludibriar Stu, a tentar provocar acidentes fatais e a colocar a sua vítima em situações embaraçosas. Evidentemente o assassino é um indivíduo perturbado, mas ainda assim parece mais um gato a brincar com a sua presa do que o paladino que imagina ser. Uma conversa algo dissimulada entre o Capitão Ed Ramey (Forest Whitaker) e Stu (que permite ao Capitão confirmar a sua suspeita que um atirador furtivo está a obrigar Stu a permanecer na cabine) mostra uma face não muito coerente com o personagem que é a voz, uma vez que, conhecendo a situação, subentende-se que os dois estão a tentar passar informação. No entanto, o atirador parece algo insciente do sucedido.
Uma questão pertinente que o personagem principal faz (assim como a maioria dos espectadores) consiste na razão de este ser o alvo da voz, após um pedófilo e um empresário corrupto, sendo ele apenas um mentiroso. A questão parece ser evitada, apenas podendo ser explicada pela natureza instável da voz.
Phone Booth é um thriller inteligente, com bons desempenhos por parte dos actores principais. Tem a duração correcta para a premissa apresentada, podendo ser apreciado por qualquer um com uma hora e um quarto disponíveis.
Stu Shepard (Colin Farrell) é um publicitário arrogante e sem escrúpulos. Após um dia de trabalho resolve utilizar uma cabine telefónica para contactar uma jovem actriz (Katie Holmes) sua cliente da qual procura algo mais que uma relação profissional. Ao entrar na cabine é abordado por um indivíduo (Dell Yount) a quem lhe foi paga a entrega de uma pizza naquele local. Stu pede-lhe, de forma bastante rude, que abandone o local. Terminada a chamada, Stu ouve o telefone da cabine a tocar e, de forma automática, atende-o. Do outro lado da linha alguém (Keifer Sutherland) informa Stu que o conhece bastante bem e às suas mentiras. Stu, partindo do princípio que se trata de um gracejo grosseiro, reciproca na sua maneira natural. A voz informa que vai confrontar a mulher de Stu e desliga. Perturbado, Stu espera à beira da cabine até que o telefone volta a tocar. Desta vez a voz informa Stu que o está a ver pela mira telescópica de uma espingarda de alta precisão e que caso não admita à sua mulher as suas tentativas de adultério será abatido. Stu, utilizando a sua especialidade, tenta manipular a voz sem sucesso. Stu é obrigado então a admitir a verdade ou sofrer as consequências.
O enredo é bastante bem estruturado apesar de ter sido desenvolvido à volta de uma ideia tão simples. A voz estava preparado para qualquer situação que Stu considerasse, mas nunca de forma extraordinária, apenas ponderou todos (ou quase todos) os possíveis cenários da situação e preparou-se atempada e meticulosamente.
Algo digno de nota, o personagem principal sofre as cinco fases contempladas no modelo de Kübler-Ross (conhecido popularmente como as cinco fases de luto), o que, no caso de se ter uma espingarda apontada, é bastante natural.
Ainda assim, não é de longe um filme perfeito. Devido à sua curta duração (quem iria permanecer numa cabine telefónica durante duas horas?) foram adicionadas pequenas cenas que não se inserem de forma muito homogénea, como é o caso da narração ao início que trata de nos informar que vivemos numa era tecnologicamente avançada (obrigado pelo aviso). Um dos telefonemas que Stu recebe é suposto ser humoroso, encontrando-se do outro lado da linha um rapper branco com uma voz esganiçada que parece saído de um qualquer filme de adolescentes.
Quanto à voz, apesar de ser um indivíduo de inteligência acima da média e com a missão auto-incumbida de erradicar o mal (ou melhor, a sua versão de mal), entretém-se demasiado a ludibriar Stu, a tentar provocar acidentes fatais e a colocar a sua vítima em situações embaraçosas. Evidentemente o assassino é um indivíduo perturbado, mas ainda assim parece mais um gato a brincar com a sua presa do que o paladino que imagina ser. Uma conversa algo dissimulada entre o Capitão Ed Ramey (Forest Whitaker) e Stu (que permite ao Capitão confirmar a sua suspeita que um atirador furtivo está a obrigar Stu a permanecer na cabine) mostra uma face não muito coerente com o personagem que é a voz, uma vez que, conhecendo a situação, subentende-se que os dois estão a tentar passar informação. No entanto, o atirador parece algo insciente do sucedido.
Uma questão pertinente que o personagem principal faz (assim como a maioria dos espectadores) consiste na razão de este ser o alvo da voz, após um pedófilo e um empresário corrupto, sendo ele apenas um mentiroso. A questão parece ser evitada, apenas podendo ser explicada pela natureza instável da voz.
Phone Booth é um thriller inteligente, com bons desempenhos por parte dos actores principais. Tem a duração correcta para a premissa apresentada, podendo ser apreciado por qualquer um com uma hora e um quarto disponíveis.